sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

18 Meses de Afonso e a Infertilidade

Fez no domingo passado 18 meses que recebemos o Afonso nos braços. Desde esse bebé indefeso e frágil, até este pequenino ser brincalhão, sorridente, maroto e feliz, já se passou tanta coisa, mas tudo tão depressa que é quase impossível compreender COMO...

Hoje vi um post de uma companheira de luta, que já estava na luta quando comecei e que permanece na luta ainda hoje em dia e, claro, fiquei com o coração apertadinho apertadinho por ela! Desejo TANTO TANTO que TODOS os casais do mundo que sofrem com a infertilidade consigam um dia vir a experienciar TODA esta magia, felicidade, alegria, medos, etc., etc., do mundo da Paternidade!... É TÃO injusto não se conseguir, não se poder.... 

E senti-me TÃO sortuda por poder estar a viver tudo isto, por ter uma perspectiva de futuro com este serzinho a preencher a minha existência... A minha vida era tão tão tão mais pobre antes de o termos.... [Muito mais pobre do que eu imaginava, e eu já imaginava MUITO!]...

Enfim...

Mas também hoje vi outro post de uma outra conhecida, que nos contava da sua nova gravidez, o segundo filho a caminho. E não consegui deixar de sentir a velha inveja (não destrutiva!!), os velhos receios sobre se algum dia conseguirei repetir toda esta viagem!...

Neste momento é um projecto adiado, o Afonso também parece querer e precisar assim [li algures que os bebés que mamam em livre demanda e que mamam de tal forma que inibem a ovulação das mães durante tanto tempo, o "fazem" por necessidade de permanecerem nessa exclusividade durante mais algum tempo - tudo inconsciente, tudo fora do plano racional, claro - mas agrada-me pensar dessa forma, que o Afonso precisa de mim ainda em exclusivo e assim ajudar a mitigar ou acalmar esse desejo de voltar a ser mãe] e portanto, não faz mal, mas esses sentimentos de infertilidade estão cá e assaltam-me nos momentos menos esperados, recordando-me que ainda não estou livre, que ainda não acabou a luta...

Mas por enquanto, e embora não usemos qualquer tipo de protecção, visto que já passámos a data máxima em que poderia engravidar garantindo acesso a apoio à parentalidade por parte do estado, não estamos a buscar uma gravidez de forma directa, de forma racional, pelo menos. Claro que se acontecesse era a maior felicidade do mundo, mas neste momento, talvez seja mais ajuizado esperar e ver o que me espera depois do doutoramento (emigração? desemprego? trabalho precário? trabalho parcial? Tudo possibilidades em aberto...). 

E entretanto o nosso bebé vai crescendo e vai-se transformando, aos poucos, numa criança pequenina. "Já" pesa 10,5Kg, mede 73cm e corre tudo. Diz perfeitamente "mamã", "papá", "mi-mi" (maminhas), "vovó", "vovô", "ahhhhhhhh" (água), "fffffff" (fish-peixe ou flor), "bal-bal" (bola-bola), "pé", "qua-qua" (patos), "pi-pi" (piu-piu - pássaros) e "tchá" (chá) e imita sons de inúmeros animais. Aliás, ADORA ver imagens e imitar os sons dos animais! Percebe perfeitamente tudo o que lhe digo em Inglês (falo com ele quase sempre em Inglês) e embora não diga mais nada do que isto, faz-se compreender muito bem e é extremamente expressivo. Adora brincar, inventa brincadeiras e mete-se connosco, farta-se de rir e parece ser extremamente feliz. É, tal como a mãe, um vadio e quer estar sempre na rua (nos dias de chuva e quando esteve doente, pega nos sapatos ou no gorro, tenta pô-los e vai para a porta da rua, como quem diz: "quero sair!!"). É extremamente mimoso, carinhoso e muito fácil de levar!!

E nós somos as pessoas mais sortudas no mundo por termos o privilégio de o ter connosco, de o mirmar, abraçar, beijar, cheirar e acompanhar!!! 

(E eu devo ser a mamã MAIS BABADA do mundo INTEIRO!!!!)

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