segunda-feira, 9 de junho de 2014

Por Mares Pouco Navegados, ou Um Novo Mundo Interno

Já relatei aqui há pouco tempo, como comecei a conseguir olhar para mim sem a inicial (impulsiva) repulsa. Sem aquele sentimento negativo, denegrativo. 

Esses foram os primeiros passos nestes mares pouco navegados por mim, neste novo mundo interno. 

Hoje dei comigo a conseguir pensar em mim, em certos aspectos da minha personalidade, de forma positiva, sem ser questionando-me, sem ser maltratando-me sem me centrar no negativo. Claro que sempre (ou quase sempre) houve coisas que gostava em mim. Não é isso que está em questão. Há coisas a que (me) dou e sempre dei muito valor! Estou-me antes a referir aos aspectos do deu funcionamento que me dificultam a vida (todos os temos), que gostamos menos em nós. Eu sou bem consciente (defeito/efeito de anos de terapia, defeito/efeito de profissão) duma série de movimentos dentro de mim que me prejudicam, que gostaria de alterar.

Na terapia, aprendemos a reconhecê-los. Na terapia aprendemos a alterá-los. Na terapia e com esse trabalho feito, deveríamos aprender a modificá-los. E enquanto muito desse trabalho foi feito. Positivamente feito: na terapia, ou com ela, aprendi a gostar da vida, na terapia, ou com ela, consegui construir a vida que tenho presentemente, que, com todos os seus defeitos, é maravilhosa! na terapia cresci, aprendi a reconhecer e aceitar os meus fantasmas e a deixá-los para trás. MAS reconheço que uma parte ficou por fazer. Uma parte fundamental ao nível da aceitação e da modificação: a parte do auto respeito, apesar dos defeitos, dos problemas, a parte da auto aceitação, a parte de deixar de (me) apontar defeitos, de os repisar, a parte de ser mais tolerante comigo mesma. Ainda que alguns desses movimentos e partes menos boas existam (alguns vão existir para sempre - não há pessoas perfeitas!), é preciso que os saibamos aceitar e deixemos de fazer deles o centro da nossa atenção, o foco do nosso olhar. É preciso saber olhar e valorizar TUDO o resto que temos e somos. 

Hoje dei comigo a fazer isso. A ser capaz de olhar e valorizar aspectos positivos em mim. Não interessa aqui quais. Interessa que, de facto, novos caminhos estão a ser trilhados por mim, novos mares estão a ser navegados e um mundo interno novo está a surgir, mais respeitoso de mim própria, mais tolerante de mim mesma.

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